Localizado no sul do continente africano, a Botsuana (ou Botswana) chama a atenção não só pelas belezas naturais, mas pelo avanço econômico alcançado desde sua independência, em 1966. O país está na 87º posição entre os que apresentam maior facilitação de comércio, de acordo com o “Doing Business”, elaborado pelo Banco Mundial em 2020. Atualmente, um Dólar Americano (USD) equivale a 11,09 Pula Botsuanesa (BWP), moeda local.
A Botsuana é o segundo maior produtor global de diamante, ficando atrás apenas da Rússia. O país tem desfrutado de um crescimento forte e estável desde a independência, com consideráveis amortecedores fiscais e políticas prudentes, desempenhando um papel fundamental na proteção da economia, apesar da fraqueza e volatilidade do mercado de diamantes.
Mais recentemente, no entanto, as limitações do modelo de desenvolvimento liderado por diamantes de Botsuana tornaram-se mais aparentes: o crescimento é mais lento, a desigualdade permanece alta e a criação de empregos é limitada. Tendo alcançado um forte crescimento de 4,5% em 2018, estima-se que a tendência tenha desacelerado para 3,5% em 2019, refletindo os efeitos da demanda global enfraquecida por diamantes juntamente com secas severas que afetam a região.
O país depende da indústria de diamantes para fazer sua economia crescer, já que é o maior contribuinte individual para as receitas do governo, mas infelizmente com a pandemia do coronavírus, estima-se que a redução desta atividade resulte em uma contração do crescimento de 1,2% em 2020.
Um país independente
A Botsuana foi protetorado britânico desde 1885 conquistando a independência apenas em 1966. Desde então, são realizadas eleições regularmente, com estabilidade política reconhecida. O ambiente político estável de Botsuana inclui uma tradição democrática multipartidária, com eleições gerais realizadas a cada cinco anos.
Com a independência, o país, que era um dos mais pobres do mundo, tornou-se rapidamente uma das histórias de sucesso de desenvolvimento. Riqueza significativa de minerais, boa governança, gestão econômica prudente e uma população relativamente pequena, de pouco mais de dois milhões de habitantes, fizeram dele um país de renda média alta com uma agenda de transformação para se tornar um país de alta renda até 2036.
Investimentos em Botsuana
O site governamental de incentivos a investimentos em Botsuana apresenta as avaliações internacionais do país. A Standard & Poor’s (S&P), em 2018, classificou a estabilidade econômica em A- / A-2. A título de comparação, o Brasil possui classificação BB- e B, ou seja, inferior.
De acordo com o Banco Santander, que oferece informações sobre investimentos no país em site específico Botsuana possui um sistema de tributação baseado na fonte. As empresas não residentes são tributadas sobre os seus rendimentos provenientes a uma taxa de 30%.
Lá, são gastas pelos empresários, em média, 120 horas ao ano com formalidades administrativas, frente às 175 horas gastas nos Estados Unidos. No total, 25,1% do lucro é pago em impostos, número bastante inferior à média da África Subsaariana, de 47%.
Comércio Exterior
A base de exportação de Botsuana, no ano de 2019, foi a comercialização de gemas e metais preciosos, com US$ 4,8 bilhões (91,4% das exportações totais). Em seguida, há itens com menor percentual de representatividade, como maquinaria, equipamento elétrico, carnes, produtos químicos inorgânicos, entre outros. Os principais destinos são Índia, Bélgica, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Israel, Hong-Kong, Cingapura, Suíça, Namíbia e Estados Unidos.
Com relação às importações em 2019, destaque para pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas, metais preciosos, metais folheados a metais preciosos e suas obras, que representaram 28% do total, em um valor absoluto de US$ 1,86 bilhões; combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação, substâncias betuminosas e ceras minerais, representando 12,5% do total importado; e veículos, sendo 8,6% das importações. Os produtos são vindos principalmente da África do Sul, Namíbia, Canadá, Índia, Bélgica, França, Rússia, China, Estados Unidos e Zâmbia
Vale a pena investir em Botsuana?
Devido a alta taxação feita pelo governo às empresas (cerca de 34% ao ano) e ao fato de a Botsuana estar na 159ª colocação (entre 190 países) no que se refere a criação de empresas, como investidor é importante colocar todos os prós e contras de cada negócio antes de aplicar o capital no país. O país tem uma estabilidade política significativa mas em contrapartida a burocracia e os impostos podem inviabilizar investimentos. A nação tem um grande mercado exportador de pedras preciosas, sendo o segundo maior produtor do mundo de diamantes, investidores brasileiros poderiam se apoderar deste mercado, importando-os.
Para os empresários exportadores, Botsuana também tem mercados a serem explorados. Aos produtores de bebidas e destilados, é interessante destacar que há uma demanda em cerca de US$ 150 milhões. A indústria farmacêutica brasileira também pode pensar em Botsuana como potencial comprador, já que ela importa cerca de US$ 127 milhões em produtos farmacêuticos ao ano.
O continente africano possui inúmeras oportunidades, mas é necessário uma análise aprofundada de cada país. O nível de seriedade das instituições precisa ter um peso significativo na tomada de decisão de investir ou não e as instituições de Botsuana vem se mostrando sólidas a medida que os números de crescimento do país são divulgados.