Especialmente depois da Revolução Industrial inglesa, o mundo viu sua dependência por combustíveis aumentar consideravelmente. Em meio ao aumento da necessidade energética, o petróleo ganhou espaço para garantir a produção de itens que garantem o abastecimento mundial.
Os combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural, são a principal fonte de energia utilizada no mundo hoje. Só o petróleo responde por quase 40% da demanda mundial de energia. Tal utilização tem seu custo - tanto financeiro quanto ambiental.
Durante a pandemia da covid-19, a volatilidade nos preços dos combustíveis está sendo evidente. Enquanto em abril de 2020 o petróleo custava US$ 20.00, em novembro ele foi oferecido a US$ 80.00.
Mesmo o petróleo sendo a principal fonte de energia e de mobilidade, as questões que envolvem a ESG vêm à tona. Isso faz com que a sociedade pressione as empresas a optarem por soluções com cada vez menos impactos ao meio ambiente. Com isso, o meio ambiente tem ganhado cada vez mais espaço na agenda internacional – e essa tendência deve se ampliar.
As fontes alternativas de energia ganham terreno nesse contexto. Elas ameaçam a hegemonia petrolífera, o que já está no radar dos grandes produtores. Entretanto, esse cenário não é uma realidade para o curto prazo, e sim médio a longo prazo. Enquanto isso, os rumos do combustível fóssil ainda merecem nossa atenção.
Preços recordes dos barris
Em 2021, o preço do petróleo atingiu a máxima de três anos. O Brent sofreu aumento de mais de 50% neste ano, chegando a custar US$ 80.75. Entretanto, a ômicron tem assolado o mundo, trazendo o fantasma da paralisação econômica novamente. Com isso, os preços do petróleo caíram cerca de 14% nas últimas semanas.
Estudiosos garantem que os preços poderiam alcançar US$ 100 o barril pela primeira vez em sete anos. Isso seria motivado pela recuperação da demanda em velocidade superior ao crescimento da oferta. Ainda assim, não é possível afirmar cenários, justamente pela alta volatilidade do combustível e a instabilidade ainda causada pela pandemia. O medo ainda faz com que as empresas reavaliem o envio de mais plataformas de perfuração para os campos de petróleo em 2022.
Como alternativa para driblar a hegemonia da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), os Estados Unidos anunciaram a liberação de 50 milhões de barris de petróleo das reservas estratégicas. A ação ocorre em movimento coordenado com China, Índia, Coreia do Sul, Japão e Grã-Bretanha com o objetivo de congelar os preços, já que a Organização não atendeu os pedidos dos países por mais oferta.
Esta foi a primeira vez que os EUA coordenaram um movimento nesse sentido, envolvendo os maiores consumidores de petróleo do mundo.
Demanda e produção brasileira
De acordo com estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a produção brasileira de petróleo deve saltar 53,8% entre 2022 e 2031, de 3,36 milhões de barris/dia para 5,17 milhões de barris/dia. O estudo prevê que cerca de 2/3 da produção nacional seja exportada em 2031. A EPE estima que os volumes de exportação passem para 3,41 milhões de barris/dia em 2031. Com o resultado, o Brasil poderá se tornar um dos cinco maiores exportadores do Planeta.
Em relação à demanda por derivados, a EPE projeta um crescimento de 2,3% ao ano para o diesel e uma queda de 0,2% ao ano para a gasolina (isso se deve à expansão do etanol no mercado nacional). A expectativa é de aumento de 10,2% no volume de petróleo processado nas refinarias brasileiras, de 1,75 milhão barris/dia na média dos últimos cinco anos para 1,93 milhão barris/dia em 2031.
Com isso, as refinarias brasileiras elevarão seu fator de utilização de um patamar de 75% para 82% em dez anos.
Por outro lado, com o crescimento da demanda doméstica, as importações líquidas de derivados alcançarão 80 mil m³/dia em 2031, número acima do volume registrado em 2017 (79 mil m³/dia).