Os private bankings são velhos conhecidos dos investidores. Trata-se de um tipo de serviço bancário e financeiro oferecido por bancos a clientes com elevado patrimônio líquido e instituições financeiras que dispõem de vários ativos. Como já é de se imaginar, o atendimento valoriza a personalização e privacidade aos clientes que buscam pelo serviço.
Os clientes que contam com o serviço têm acesso a uma gama de atuação que poucos podem desfrutar. Investimentos e proteção patrimonial são temas de negociação entre cliente e banker, mas, além disso, sucessão patrimonial, tributação, novos negócios e outros assuntos pautam as conversas.
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) de 2019 mostram que os clientes private ultrapassaram a casa de R$ 1 trilhão distribuídos em Fundos Abertos, Fundos Exclusivos, Fundos Estruturados e Títulos de Valores Mobiliários diversos - mais da metade deste valor está alocado em fundos de investimentos.
As instituições financeiras oferecem ofertas seletas para um público exclusivo que, por sua vez, encontra ali oportunidades únicas. Um negócio e tanto para os dois lados.
Quais os benefícios dos private banks?
Sigilo, tarifas vantajosas e atendimento personalizado. Este é o segredo do sucesso dos private banks suíços. É claro que não pode faltar aqui o acesso a serviços e oportunidades únicas, restritas a pequenos grupos. Isso acompanhado por um consultor especialista e dedicado aos negócios dos clientes selecionados.
Um paraíso e tanto para quem quer proteção de patrimônio e rentabilidade. Os grupos oferecem serviços de gestão de fortunas e oportunidades de investimentos mais exóticas e economicamente interessantes que as alternativas encontradas em outros países, como o Brasil.
Esses bancos fogem, ainda, da rota Brasil-EUA, sendo uma porta de entrada para negócios não só na Europa, como na Ásia, com destaque para a China, por exemplo. Ou seja: bom negócio para pessoas físicas, famílias, contas corporativas e grandes empresas.
Os brasileiros estão de olho nessas oportunidades. Nos últimos 12 meses, os fundos que investem em empresas do exterior atraíram mais de R$ 36 bilhões em captação líquida. O número levantado pela Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) foi o melhor desempenho entre todos os tipos de fundos de ações. Por outro lado, de olho nos negócios daqui, os bancos também têm dado espaço aos brasileiros, abrindo filiais no País.
Entenda porque os bancos suíços podem ser colocados fora do radar
Apesar de tradicionais no mercado, os private banks suíços estão perdendo cada vez mais clientes. Isso porque os pequenos bancos passam por problemas e lutam contra todos os desafios impostos. De acordo com levantamento da KPMG e da Universidade de St Gallen com 87 bancos privados, 34% dos bancos privados apresentaram desempenho fraco em 2018. O número é 50% maior que o do ano de 2017.
Com o fim do sigilo bancário, investidores que encontravam porto seguro em bancos suíços passaram a encontrar algumas dificuldades. No mesmo sentido, novos modelos de negócio vêm ganhando mais espaço para atender a esta demanda.
Por esse motivo, percebe-se uma redução dos private banks. Na Suíça, dos 163 private banks em operação no ano de 2010, apenas 101 se mantiveram no mercado em 2019. A tendência é que a queda continue, chegando a números inferiores a 100.
Na Suíça, os pequenos bancos enfrentam desafios em manter uma presença física no exterior, como em mercados asiáticos em crescimento. Outro ponto de destaque é que os custos consumiram 87,2% da receita em média para os pequenos bancos (aqueles com menos de CHF 5 bilhões de AuM), resultando na baixa margem de lucro de 12,8%.