O ano de 2022 prometia o início de uma era pós-pandemia, mas as variantes do coronavírus têm assolado o mundo. Países têm tomado providências no sentido de evitar um novo contágio generalizado, o que traz reflexos para a economia global.
Na Europa, a Alemanha iniciou o inverno à beira da recessão. A principal economia europeia encolheu 0,5% no quarto trimestre de 2020, em comparação com o terceiro, e provavelmente estagnará nos primeiros três meses de 2022, conforme projeções. Vale lembrar que pode-se falar em recessão quando a economia é contraída por dois trimestres consecutivos.
A possibilidade de paralisação desacelera a economia alemã, à medida que os novos casos vão aumentando. Desta forma, a recuperação tão aguardada para 2022 ainda não foi concretizada. O receio em relação ao desabastecimento causado pela pressão nas cadeias de abastecimento ainda é uma realidade.
O Banco Central Europeu estipulou como meta uma inflação de 2% anual, o que deve ser extrapolado na Alemanha, com previsões que chegam a 3,3%.
No Brasil, 2021 foi um ano de PIB enxuto, Ibovespa retraído e desemprego mais alto desde o início da série medida pelo IBGE e o PIB. Entretanto, a esperança de retomada está ligada à normalização após a pandemia. Essa retomada seria possível principalmente pelo ambiente de juros baixos e a tendência do mercado por novas reformas e prudência no âmbito fiscal.
EUA
Nos Estados Unidos, os empregos têm refletido uma nova tendência. Em novembro de 2020, o número de americanos que abandonou seus empregos bateu recorde, chegando a 4,5 milhões de pessoas, mesmo com muitas vagas abertas. O cenário é reflexo da rotatividade ainda notória no mercado de trabalho e a disposição dos trabalhadores em buscar postos melhores no pós-pandemia.
Com as saídas dos empregos em todos os setores, a taxa de desistência chegou a 3%, um número recorde visto pela última vez em setembro e que aponta que um número elevado de pessoas continua deixando seus empregos voluntariamente. Ao mesmo tempo, o número de vagas disponíveis caiu para 10,6 milhões ante os 11,1 milhões apresentados em outubro.
Desde o início da pandemia, esta tem sido a realidade norte-americana. O êxodo de trabalhadores teve início logo após o primeiro pico de demissões, quando cerca de quatro milhões de americanos por mês decidiram deixar o mercado de trabalho ativo por iniciativa própria.
As desistências são relacionadas principalmente aos serviços de hospedagem e alimentação, enquanto a indústria de transporte e armazenamento registrou o segundo maior número de renúncias. Também houve um movimento significativo na área de saúde.Petróleo
Em relação à demanda energética, a Agência Internacional de Energia (AIE) anunciou que o aumento no número de casos poderia desacelerar a recuperação da demanda global por petróleo. Nesse sentido, a instituição revisou a previsão de demanda de petróleo em cerca de 100.000 barris por dia para 2021 e 2022, considerando que as viagens aéreas e o combustível de aviação seriam os mais afetados.
Entretanto, o boletim mostra que, com o avanço da vacinação e conscientização em relação aos cuidados sanitários, os impactos não seriam tão desastrosos quanto ocorreram durante a primeira onda.